Mulheres com sintomas depressivos têm quase três vezes mais probabilidade de sofrer com um aumento na glicemia durante os nove meses
O diabete gestacional, como o próprio nome diz, acontece quando a mulher fica com as taxas de açúcar alteradas durante a gravidez. Tal situação é até comum. Isso porque a placenta, pela qual o feto é alimentado, produz substâncias que atrapalham a ação da insulina, hormônio com a tarefa de permitir que a glicose entre nas células para gerar energia. Com a falha, o açúcar fica dando sopa pelo corpo, abrindo portas para vários problemas, como hipertensão na mãe, necessidade de cesárea, desenvolvimento exagerado do feto e parto prematuro.
Algumas condições podem aumentar o risco de diabete na gravidez, a exemplo do excesso de peso. Mas a ciência tem revelado novos fatores para colocar na conta. Pesquisadores dos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos avaliaram 2 334 gestantes com o peso normal e 468 obesas, todas com oito a 13 semanas de gestação, e descobriram o seguinte: as moças com sintomas de depressão do primeiro ao segundo trimestre de gravidez tinham quase o triplo do risco de ter diabete gestacional quando comparadas às mulheres sem resquícios de melancolia.
Agora, o mais curioso: esse elo só foi encontrado nas futuras mamães que estavam com o peso ideal, e não nas obesas. Não acaba aí. Entre as voluntárias que desenvolveram diabete gestacional, quase 15 mostraram sintomas depressivos após o nascimento do bebê – número quase quatro vezes maior em relação a turma que não teve a doença. Apesar de o estudo não ter cravado uma relação de causa e efeito entre os problemas, os autores acreditam que os médicos deveriam ficar mais alertas caso as grávidas demonstrem sinais de tristeza profunda.
O controle do diabete na gestação
Em grande parte dos casos, o quadro é revertido com uma rotina mais saudável. Apenas uma parcela das grávidas precisa da insulina para controlar o açúcar. E, depois do parto, a maioria delas volta à glicemia normal. Aí o uso do hormônio é suspenso. Mas não dá para baixar a guarda: essa mulher sempre terá um risco maior de desenvolver diabete tipo 2. Por isso o diagnóstico na gravidez vale ouro.
Fonte: MdeMulher