Zepbound ®
Foi aprovado nos Estados Unidos pelo FDA, o Zepbound, medicamento da farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento da obesidade.
Esta é a última novidade desse ano no campo dos novos e potentes medicamentos contra a obesidade, que inclui os bem-sucedidos Ozempic e Wegovy, ambos do laboratório Novo Nordisk. Este último ainda não disponível nas farmácias do Brasil.
O Zepbound, administrado por meio de uma injeção subcutânea semanal, é indicado para pacientes obesos ou com sobrepeso com pelo menos uma doença associada, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2 ou níveis de colesterol elevados.
O princípio ativo do Zepbound é a tirzepatida, mesma substância já comercializada com o nome de Mounjaro, para controle de diabetes, também fabricado pela Eli Lilly.
Em um ensaio clínico com mais de 2.500 adultos, as pessoas que tomaram Zepbound junto com um regime alimentar e exercícios, apresentaram perdas de 22 kg em média, com a dose mais alta permitida, enquanto os que tomaram a dose mais baixa perdas pouco mais de 15 kg. Já os que receberam um placebo perderam apenas 3 quilos em média.
No início dos testes, o peso médio dos participantes era de 104 quilos.
Cerca de 70% dos adultos nos Estados Unidos são obesos ou têm sobrepeso; A perda de entre 5% e 10% do peso corporal mediante dieta e exercício está ligada a um menor risco de doenças cardiovasculares.
O Zepbound ainda não existe no Brasil e provavelmente terá um custo elevadíssimo. Ele atualmente está sendo comercializado nos EUA por 1.059,87 dólares. Uma pena, pois será mais um medicamento de alto custo para a maioria da população.
A FDA indicou que os efeitos colaterais conhecidos do Zepbound incluem náusea, diarreia, vômito, constipação, dores abdominais, fadiga, reações alérgicas, arrotos e refluxo gastroesofágico. Os mesmos que podem ocorrer com os medicamentos que temos atualmente no Brasil, os análogos do GLP-1, como o Saxenda e Ozempic.
A tirzepatida possui um mecanismo de ação diferenciado. Assim como os análogos do GLP-1, a tirzepatida imita o hormônio intestinal GLP-1, que reduz os níveis de açúcar no sangue, retarda a passagem de alimentos pelo estômago e reduz o apetite no cérebro. Mas também simula um segundo hormônio complementar chamado GIP, que intensifica seus efeitos. Então, seu mecanismo de ação é duplo, atuando no GLP-1 e no GIP ao mesmo tempo, prometendo maior potência de ação, maior eficácia no controle do Diabetes e na perda de peso.
Nos resta agora aguardar que esse novo medicamento esteja disponível no Brasil para somar no arsenal dos medicamentos para controle de peso.
Consulte sempre seu médico e nunca use qualquer remédio sem acompanhamento.
Quer ler mais sobre o assunto? https://www.fda.gov/news-events/press-announcements/fda-approves-new-medication-chronic-weight-management
Por: Dra. Luciana Spina
Luciana Spina é Médica Doutora em Endocrinologia, Especialista em Endocrinologia pela SBEM, premiada e reconhecida internacionalmente.